Sobre a luxúria

Sonho CLXXXVII


A Maria do Mar encontrava-se uma vez mais com Biaggio Yamagutti, por pura luxúria.

Nem sequer falavam.

Mal ele abria a porta, depois de um surdo «olá» que se estrangulava nas gargantas, despiam as roupas o mais depressa que podiam e abraçavam-se.

A Maria do Mar mergulhava naquela pele como quem dá um mergulho de mar, fruindo o bálsamo da água fresca depois de um longo período de exposição ao sol.

Era inebriante.

Se ao menos aquele prazer durasse além da Hora!....

Em breve chegaria essa tristeza que é também a do alcoólico quando percebe que já terminou a segunda garrafa da bebida mais forte e não consegue pôr-se de pé.