Soneto II





Que bom seria se certos amores
fossem como a lagarta Jack Bauer
e num só dia pudessem arder
esvoaçar e morrer... sem outras dores.

Ágil, fugaz, doce vida instantânea...
porque não o ritmo da borboleta?
Viver em frustre escala de cometa,
sem traço ou tempo, a vida espontânea?

Mas não... não é essa a lógica crítica
que às vezes rege a máquina volante
do amor e suas acres abcissas.

Afinal, quantas vidas são precisas?
Uma vida não basta, breve instante,
para apagar de um só golpe o que fica.