Pedaço de papel colorido que se agita no ar,
ao sabor do vento, assim a borboleta
voa - e tudo o que pede é a limpidez do azul,
ou um vidro em que poisar.
Delicada ocupação, essa,
a de adejar de flor em flor,
poisar ao de leve e logo escapar
com um voo impossível de fixar.
Dêem-lhe o sol, as flores e a brevidade
de existir sem ter de pensar.
Existe como um trilo mínimo na imensa sinfonia da terra
- ponta ou gume terminado de um excesso de alegria -
e que bom que deve ser voar com essa ausência
de nem sequer saber ou sonhar - o que seja habitar.