F. de Riverday seguia com um estudante numa carroça puxada por dois cavalos, em galope desenfreado.
Os cascos batiam com força na estrada e as madeiras da carroça rangiam.
Seguiam pela estrada deserta quando de súbito se lançou diante deles um revolucionário comunista com uma espingarda em riste.
Não é coisa que exista actualmente, um revolucionário comunista.
Onde está a revolução?
Um movimento que abana pela raiz o podre de uma ordem estabelecida e ao mesmo tempo arrasta massas poderá alguma vez ser verdadeiramente revolucionário?
A massificação e a revolução não serão profunda e tragicamente incompatíveis?
Ao disparar, o pretenso revolucionário atingiu o estudante, mas a F. de Riverday salvou-se atirando-se ao chão.
Rastejou pelo fundo da carroça para pedir ajuda.
Os segundos marcados pelo batimento do seu coração passavam depressa demais e o que era realmente urgente e não podia esperar, esperava.
Eram ambos absolutamente mais revolucionários que o atirador, ainda que com armas muito distintas.
Tinham sido alvejados apenas por causa do seu aspecto burguês.