A Maria do Mar guiava em alta velocidade enquanto falava com a mãe no auricular.
A autoestrada, porém, ao invés de continuar após uma determinada curva, como seria suposto, interrompia-se num abismo.
Era um abismo com milhares de metros de altura.
O seu carro voava sobre um imenso vale, em queda livre.
O seu carro voava sobre um imenso vale, em queda livre.
A Maria do Mar considerou que não tinha tempo para grandes explicações, mesmo estando ao telefone e ainda com os segundos do tempo restante de uma queda tão longa.
Calculou que, de uma queda de tantos milhares de metros, seria impossível sair viva, e disse:
- Mãe, morri. Mas fica sabendo que te amo.
Seguiu-se um intervalo de total inconsciência, pois a Maria do Mar não sentiu o carro a bater, nem qualquer espécie de dor, mas, passado algum tempo, deu por si, incólume, a andar de um lado para o outro num sítio que nada tinha a ver com o abismo onde caíra.
A Maria do Mar encontrou o seu irmão que chorava, dizendo:
- Nunca imaginei que fosse tão difícil ser honesto consigo mesmo.
A Maria do Mar encontrou o seu irmão que chorava, dizendo:
- Nunca imaginei que fosse tão difícil ser honesto consigo mesmo.
- Ah!... - disse-lhe a mãe, quando deu de caras consigo. - Eu sabia que estavas a exagerar!...
- É uma prova para todos os minutos das nossas vidas. - disse a Maria do Mar ao seu irmão.
- É uma prova para todos os minutos das nossas vidas. - disse a Maria do Mar ao seu irmão.
A Maria do Mar ficou em silêncio, meditando na dificuldade do esforço de ser exacto consigo mesmo, por um lado, e, por outro, no dever e na necessidade de dizer a verdade quando certas explicações não merecem nem podem ser dadas.