A meio da nossa longa caminhada na fria e áspera manhã de Inverno levantou-se uma daquelas agrestes nortadas que mesmo os corpos bem aquecidos com o calor do esforço têm dificuldade em suportar.
Estávamos revitalizados pelo vento fresco do mar, pelo perfume a iodo das praias e pelo cheiro adocicado das murtas, alegres e soltos com a visão dos amplos voos das gaivotas, mas o vento forte teimava em atravessar as nossas camisolas e travar-nos os passos.
Parámos então para beber um chá bem quente, com o extremo prazer que só a especificidade crítica de um contraste pode trazer.
Satisfeitíssimos, regressámos de novo à fria manhã.
O vento amainara e a brisa parecia que ria.
Moral da história (à maneira de crianças):
O vento não descansou enquanto não nos convidou para um chá.