Se uma paixão dissesse a
sua causa
e fosse, em vez de um triste
hieróglifo,
mais simples e
transparente que um grito -
certo é que o caos nunca
teria casa.
Nem casa, nem fulgor, nem
velocidade
para o caos que faz voar
em cascata
em rodopio de folhas e
de cartas
o sentido das coisas
estabelecidas.
Nada. Nada. Desse
rastilho ardente
e que faz vibrar as cordas
sombrias
de um corpo rarefeito e mais
pungente
nada sobraria. Nem mesmo
angústia,
nem mesmo pó, queda ou
voo ascendente,
nem sombra de mundo -
breve luz fria.